segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Chico Buarque apoia João Ubaldo em debate sobre ponte




O compositor Chico Buarque assinou nesta segunda-feira o manifesto em defesa do escritor João Ubaldo Ribeiro no debate sobre a ponte Salvador-Itaparica, anunciada pelo governo da Bahia.

Articulado por amigos, jornalistas e escritores, o texto "Itaparica: ainda não é adeus" já foi assinado por Luis Fernando Verissimo, Cacá Diegues, Milton Hatoum, Ricardo Cravo Albin, Sonia Coutinho, Jomard Muniz de Britto, Hélio Pólvora, Edson Nery da Fonseca, Sebastião Nery, Hélio Contreiras, além de companheiros da "Geração Mapa" (aglutinada por Glauber Rocha), como o poeta Fernando da Rocha Peres, os artistas plásticos Sante Scaldaferri e Ângelo Roberto, o ex-procurador-geral do Estado Antonio Guerra Lima e o músico Walter Queiroz Júnior.


O governo da Bahia pretende construir uma ponte de 13 km na Baía de Todos-os-Santos, ligando Salvador a Itaparica, a maior ilha marítima brasileira. Para o secretário baiano de Infraestrutura, João Leão (PP), "os escritores estão de um lado e o povo está de outro", como afirmou em entrevista publicada hoje por Terra Magazine: "Se a população não tem concepção de urbanismo, só quem tem são os escritores?".


Com o apoio de Chico Buarque, alguns dos principais intelectuais brasileiros defendem um debate amplo sobre a construção da obra polêmica. Para João Ubaldo, se a ponte for construída, a Ilha de Itaparica, inspiradora de seus romances, será anexada à zona urbana de Salvador, o que representaria uma ameaça ao paraíso ecológico. A Ilha já sofre com surtos de violência.

Diz a abertura do manifesto:

"Os abaixo-assinados, cidadãos brasileiros, encontraram no emocionante e esclarecedor artigo "Adeus, Itaparica" (...) argumentos consistentes e equilibrados para inaugurar um debate amplo sobre o anteprojeto de construção da Ponte Salvador-Ilha de Itaparica, anunciado pelo governo do Estado da Bahia. O itaparicano João Ubaldo, cujos romances puseram a Ilha na geografia literária brasileira e universal, é uma voz qualificada para questionar elementos sombrios e outros mais claros do empreendimento, previsto como bilionário para os cofres públicos e incerto para o destino ecológico e econômico da maior ilha marítima do Brasil. O autor de "Viva o povo brasileiro" não está sozinho em seus questionamentos".

(Foto: Claudio Leal/Terra Magazine)

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